
Sufoca o grito
Guardado
Na garganta ?
Insista sempre
Clama a alma,
Premente
Bela a vida
Libera o temor
Da voz que cala
Peito em ardor
Receio do tudo
Não cabe desculpa
supera o rancor
Despreza o mal
Exceda em amor !
Eliane Thomas
Vejam!
São as vozes do nosso silêncio
Gorjeando com as mãos em vôos
Parecendo um bando de pardais
Vejam!
São as vozes do nosso silêncio
Bramindo sobre a praia de um sonho
Borbulhando o melhor de todos os natais
Escutem!
São as vozes de todos os corações
Cantando em sinais que contagiam
As primeiras horas matinais
Esse coral é para todos os olhos
As diversidades são culturas em flores
Que perfumam nossas mãos madrigais
CalungaNa Primavera, andarei com o amor, lado a lado, e cantaremos juntos entre as colinas; e seguiremos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas; e beberemos a água da chuva, acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.
No Verão, deitar-me-ei ao lado do amor sobre camas feitas com feixes de espigas, tendo o firmamento por cobertor e a lua e as estrelas por companheiras.
No Outono, irei com o amor aos vinhedos e nos sentaremos no lagar,
e contemplaremos as árvores se despindo das suas vestimentas douradas
e os bandos de aves migratórias voando para as costas do mar.
No Inverno, sentar-me-ei com o amor diante da lareira e conversaremos
sobre os acontecimentos dos séculos e os anais das nações e povos.
O amor será meu tutor na juventude, meu apoio na maturidade,
e meu consolo na velhice.
O amor permanecerá comigo até o fim da vida, até que a morte chegue,
e a mão de Deus nos reúna de novo.
Gibran Kahlil Gibran
Quero libertar meus sentimentos,
abrir gaiolas de isolamento,
deixá-los correr de encontro ao vento
sem represálias ou contratempos.
Que eles soprem as dunas,
espalhem areias, revirem os montes,
que brinquem de esconde-esconde
nos labirintos e mistérios das ruínas.
Povoem recantos baldios,
transformem o silêncio em sonoros delírios,
percorram terras e mares
e encantem corações vazios.
Que brilhem qual purpurina
que à luz do sol faísca, fascina...
Que voem quais pássaros que migram
e levem aos poetas as mais belas rimas.
_Carmen Lúcia_