Suspiraram as rosas
e surpreendidas e
assustadas
esconderam-se nos seus veludos.
Não eram borboletas!
Nem
rouxinóis!
Não eram pavões que passavam pelo jardim.
De um céu
ruidoso
caíam essas grandes asas luminosas e inquietas.
Relâmpagos azuis
voavam entre os canteiros,
retalhando os lagos.
Tremiam veludos e
sedas,
e o pólen delicado,
na noite violenta,
alta
demais,
despedaçada,
despedaçante.
Ah, como era
impossível
suster a forma das rosas!
Cecília Meireles