Reafirmo o ainda não inventado
entro no óbvio do tão inusitado
apago a esclarecedora escuridão
que ilumina o frio passado do não...
Aqueço um inexistir desabitado
liberto a pura e inocente carência
fujo do seu domínio desajeitado
seco a minha solidão de aparência...
O tempo já há tempos esgotado
de um relógio tão antigo parado
marca o nulo e lento compasso
de um caminhar tão sem passo...
Contemplo um presente tão ausente
sem chuvas de emoções prementes
profetizo um possível futuro seguro
pressinto cores e sabores diferentes...
De flores inebriantes e frutos maduros
que germinarão no pomar do amanhã
dos grãos rubis da doce esperança romã...