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domingo, 19 de setembro de 2010

Mãos no Vento


Trago no afago do vento,
perfumes das auroras,
renuncias das lembranças
que foram embora

Meu horizonte é muro sem vigias
composto de malhas
que fenecem em suas falhas,
como o céu que se aprofunda
num passado que se arrasta noite a fora.

Quando tudo é tão tudo
e ao mesmo tempo é nada,
equilibro a rebeldia do tempo,
no consumo das horas
onde minha alma se reveste de paz


Conceição Bentes