Brindemos, todas as manhãs,
meu amor, com um tilintar de rosas,
ora brancas, ora carmim,
ora singelamente rosa.
Que símbolos melhor alinhavados
Para o bordado do amor
Poderia no mundo haver
Que os motivos da rosa:
Cor em choque, rubros beijos,
Alvos, raros pássaros
Que às vezes pousam em meu jardim.
Que outras formas mais completamente
Revelariam o que sentimos, este amor
Em cores tantas, em múltiplas instâncias:
Rosa dos ventos em caprichos de lua
Ora a negar-nos, ora a nos conceder
Por inteiro o seu perfume, a sua face.
Brindemos, pois, amantes,
Com o mais fino licor das rosas,
Tão finitas & sempre vivas,
Tão óbvias & super novas,
Tão dolorosamente espinho
E ainda amorosamente rosas:
Eis o amor
Em sua mais irretocável metáfora –
O resto são prosas.
Fernando Campanella