Quem são esses
Tecelões de letras,
Médicos de dores alheias?
Somos artesãos de sonhos,
Ventríloquos de todo mundo.
Somos o centro da platéia
Que encantada ri e chora,
Mas que uma hora depois
Esquecida vai-se embora;
Somos uma imagem solitária,
Sob a luz de um projetor
E o rosto que vemos no espelho
Escondido atrás da maquiagem
É apenas uma imagem...
Por detrás de tantos rabiscos,
Somos desenhos, somos riscos,
Jamais uma folha de papel em branco.
Somos sempre um lamento,
Um grito mudo, um sentimento,
Peitos rasgados e inteiros.
E dentro de todo esse pranto,
Nossa dor é verdadeira.
Nada somos, tudo somos...
Tudo sentimos, tudo supomos.
Somos todos e somos ninguém.
Somos apenas... poetas!
Letícia Thompson