DESTINO DO POETA
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro era mundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
Certeza
Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?
Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.