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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Morada

Vivo na morada
das palavras

Alimento-me dos
mitos de barro ao
anoitecer.

Construo de ventos
minha caverna ancestral.

Há sonhos, há histórias,
há ruídos e há encantos
saídos das pedras.

Mas das palavras me
sacio e me escondo.

E das palavras escrevo
o tempo rendilhado
de solidão.

E das palavras persigo
os sítios , os lugares
interditados, as vagas
sombras que escurecem
meus dias

E sonho. E as palavras
surgem como escravos
libertos pelo fogo.

 Carlos Alberto Jales