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domingo, 18 de setembro de 2011

Serenata




Pela vasta noite indolente
Vaga um perfume estranho.
Eu sonho... E aspiro o vago aroma ausente
Do teu cabelo castanho.

Pela vasta noite tranquila
Pairam, longe, as estrelas.
Eu sonho... O teu olhar também cintila
Assim, tão longe como elas.

Pela vasta noite, povoada
De rumores e arquejos
Eu sonho... É tua voz entrecortada
De suspiros e de beijos.

Pela vasta noite sem termo,
Que deserto sombrio!
Eu sonho... Inda é mais triste, inda é mais ermo
O nosso leito vazio.

Pela vasta noite que finda
Sobre o dia risonho...
E eu cerro os olhos para ver-te ainda,
Ainda e sempre, em meu sonho.
Vicente de Carvalho