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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Pegadas do Vento

Sigo atenta as suas suaves pegadas
Que, em poeira, se vão, com o vento lasso.
Ah! Tão lasso!

Nessa hora me bate uma saudade...
Hora do lusco-fusco, da ebriedade,
Torpor de amor!


Ouço o assovio dos ventos pelas ramas,
Que entoa as dores, anseios de quem ama,
Tanto afã!

Pela janela entreaberta eu o sinto,
Caminhando sobre o vento, faminto
Deste amor...

Entrego-me a essa louca paixão,
Caminhante dos sonhos, da ilusão...
Visão da noite!

Comovido o luar, faz-se em clareza,
Ilumina as marcas da certeza,
Gravadas no tempo.

E o tempo me diz: -"Elas não se foram,
Vieram sementes e agora enfloram;

São Pegadas do Vento!"

® Sonya Azevedo