Brilhante surge, prateando a estrada,
Sente-se pela noite, ameaçada,
Percebe o homem, em suspeita, caminhada,
Que com passo firme, sulca a terra molhada...
O segue ciente, que seu tempo já se esgota,
Que todos a vejam, nem se importa,
Pela vidraça quebrada, espia indiscreta,
Esgueira-se pelo vão, da porta entreaberta...
Sorri à visão, dos amantes na cama,
Com eles deita, com a energia se inflama,
Aspira o odor, que dos corpos emana,
Seca-lhes o suor, em silêncio, profana...
A lua exaltada, compartilha o momento,
Na boca, sente o gosto do amor, advento,
Abre a janela, do invadido aposento,
E sai como entrou... Sem nenhum, constrangimento...
Lani (Zilani Celia)
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