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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
À Rosa
Mais louvareis a rosa, se prestardes
ouvido à fala com que nos descreve
a razão de ser bela em manhã breve
para a derrota de todas as tardes.
Sabereis que ela mesma não se atreve
a fazer de seus dons grandes alardes,
pois o vasto esplendor de seu veludo
e as jóias de seu múltiplo diadema
não lhe pertencem: a razão suprema
de assim brilhar formosamente em tudo
é prolongar na vida o sonho mudo
da roseira – de que é fortuito emblema.
Cecília Meireles
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