Bendita a pérola pequena e inculta
que fartas vezes vislumbrar logrei
na concha humilde, a única que herdei
do mar imenso que agiganta e avulta.
Bendito o mínimo botão a singela
gente distante, nos jardins que andei,
calcou aos pés. Pois dele me apossei,
deixando a todos, livre,a flor sentinela.
E vendo o mundo em ouro se encantar,
busquei nas coisas simples me abrigar,
sem ter cobiça a ventura imponente.
Fortuna tenho, imensa, a ostentar:
pois no alto vendo o astro-rei brilhar,
eu desejei a sombra. Simplesmente...
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