De uma clareira à borda da floresta,
Que o sol transforma em rútila vinheta,
Toda de azul, como quem vai à festa,
Passa, bailando, a linda borboleta.
Uma ninfa, talvez, fugindo à sesta,
Em busca de algum Pan, deusa faceta,
Toda beleza e graça manifesta,
Voejando, entre uma rosa e uma violeta.
Não tenta conquistar as altitudes,
Transpor abismos e vencer taludes,
Pois nasceu borboleta e não condor…
È que ela busca apenas a quem ama,
E despreza a riqueza, a glória e a fama,
Pois tem tudo na terra, tendo o amor…
Faustino Nascimento
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