A tarde me conduz a um novo verso
e pra mudar o tom da sinfonia
escrevo este soneto sem as rimas,
para que o peito aprenda outro compasso.
Falar de amor e luas de setembro
deixa-me um vento frio de esperança,
mas quando o verso vem todo acertado,
não acontecem sóis de primavera.
Silêncio dos pardais... Chegou a noite
e o sorriso da amada não responde
o verso apaixonado do poeta,
que já fugiu das páginas do inverno,
mas tem na face as marcas e os estragos
das sombras agourentas dos agostos.
© Nathan de Castro
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