Quando em criança, nos verões, ficava
A observar o show das andorinhas
E eu via nelas esperanças minhas
Que num futuro áureo vislumbrava...
Mas o outono limpo o céu tornava:
Elas voavam a outras paragens,
E a revê-las em sonhos, em miragens,
O seu retorno então eu aguardava...
Com o girar das rodas do destino,
Fui me afastando dessas avezinhas,
No vai-e-vem das estações, fatais...
E hoje percebo, em meio ao desatino,
Que as esperanças, como as andorinhas,
Muitas se foram e não voltam mais...
© Oriza Martins
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