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domingo, 3 de abril de 2022

Estou sempre em ti...

Estou sempre em ti…Ainda que pressuponhas que a distância
e a ausência que muitas vezes nos aparta
levam de mim o aroma de tudo o que já partilhámos.

Ainda que penses que as minhas mãos
em certos momentos ensaiam acenos e despedidas…
continuo aqui, serenamente, à tua espera.

Ainda que, não estando tu sempre presente,
consigo sentir o doce sussurro da tua voz a cada madrugada,
lembrando-me que sempre fui tua, mesmo antes de te amar.

E na soma de todas as minhas certezas,
sei que o teu caminho
é aquele que te traz sempre para mim.

(Sussurros da Lua)

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Asas do tempo

Queria ser um pássaro voando
Perdendo suas penas ao vento
Levaria em revoadas
Meus sonhos...
Daria, por eles, asas ao tempo...
E ficaria à espera
De que voltassem
Cantando ao regresso,
Trazendo, lá de cima
 A paz e o encanto para meu ninho..

Teresa Cordioli

quinta-feira, 31 de março de 2022

Cultivo amigos.

Minha plantação é grande
e requer cuidados.
amigos raros,
Amigos frágeis:
na estufa...
E tem os amigos que florescem fácil...
e aqueles de difícil floração..
Amigos que dão frutos...
e amigos que só dão flores...
Cada um com sua particularidade e beleza...

segunda-feira, 28 de março de 2022

Nada sou, mas sou...

Nada sou, mas sou o universo.
Quando riu a terra acolhe o meu riso,
Levando-o nas asas do vento, correndo mar dentro...
Abrindo caminhos desconhecidos
Entre campos verdes, e searas maduras...
O meu riso é o universo amando,

Acariciando o tempo...
O meu riso é a flor que se abre para o sol...
O meu riso é intemporal.
Magia do céu azul,
O meu riso é o abandono do corpo
Ao prazer do desejo...
É amar, querer, sonhar.
O meu riso dorme no oiro do sol poente,
Na cantiga da noite, na arte que há em mim.
O meu riso é o poema que eu não sei,
Mas está aqui escondido em cada palavra,
Que só tu podes encontrar...
O meu riso é o nascer da alvorada...
É um pássaro a voar...
O meu riso, é tudo o que eu não sou,
É tudo o que sou,
É tudo o que serei...

Circe

sexta-feira, 25 de março de 2022

Choro poeta

Na calada da noite em que chora um poeta,
Solidário o céu chora brando o sereno,
Comovido o vento suspira vendo tal sentimento,
A lua inunda o horizonte de melancolia
E as estrelas fulguram uma triste poesia,
Que refletida no mar entre outros lamentos,
Faz os anjos cruzarem o além-firmamento,
Pra libertar esses versos da insalubre agonia.
Nasce um poema de amor junto à aurora do dia.

 Heleno de Paula