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quinta-feira, 31 de março de 2022

Cultivo amigos.

Minha plantação é grande
e requer cuidados.
amigos raros,
Amigos frágeis:
na estufa...
E tem os amigos que florescem fácil...
e aqueles de difícil floração..
Amigos que dão frutos...
e amigos que só dão flores...
Cada um com sua particularidade e beleza...

segunda-feira, 28 de março de 2022

Nada sou, mas sou...

Nada sou, mas sou o universo.
Quando riu a terra acolhe o meu riso,
Levando-o nas asas do vento, correndo mar dentro...
Abrindo caminhos desconhecidos
Entre campos verdes, e searas maduras...
O meu riso é o universo amando,

Acariciando o tempo...
O meu riso é a flor que se abre para o sol...
O meu riso é intemporal.
Magia do céu azul,
O meu riso é o abandono do corpo
Ao prazer do desejo...
É amar, querer, sonhar.
O meu riso dorme no oiro do sol poente,
Na cantiga da noite, na arte que há em mim.
O meu riso é o poema que eu não sei,
Mas está aqui escondido em cada palavra,
Que só tu podes encontrar...
O meu riso é o nascer da alvorada...
É um pássaro a voar...
O meu riso, é tudo o que eu não sou,
É tudo o que sou,
É tudo o que serei...

Circe

sexta-feira, 25 de março de 2022

Choro poeta

Na calada da noite em que chora um poeta,
Solidário o céu chora brando o sereno,
Comovido o vento suspira vendo tal sentimento,
A lua inunda o horizonte de melancolia
E as estrelas fulguram uma triste poesia,
Que refletida no mar entre outros lamentos,
Faz os anjos cruzarem o além-firmamento,
Pra libertar esses versos da insalubre agonia.
Nasce um poema de amor junto à aurora do dia.

 Heleno de Paula

 

terça-feira, 22 de março de 2022

Mar de Estrelas.

Lá no infinito, entre azuis,
onde céu e mar encontram-se,
dois amores eternos choram,
um por viver longe, num mar de estrelas,
outro, por viver profundo, com estrelas do mar!

Godila Fernandes

segunda-feira, 21 de março de 2022

Poesia…

Poesia! Tu és versos tatuados no papel
Em rabiscos de letras que se agrupam…
És Pena que desliza como um batel
Em correntes de frases que se aludam

És folha seca que cai no Outono
Em chão varrido pelas asas do vento…
És chuva melancólica que em dia morno
Abate-se no coração em jeito de alento

És flor regada pelas gotas do orvalho
Em auroras perfumadas do despertar…
És o queixume do coração em retalho
Lavado no rio que leva segredos ao mar

Poesia! Tu és o rasgar dos horizontes
Que propicia a saudade de quem a lê…
És águas sedentas que jorram das fontes
O colorir das fantasias que não se vê

És o vestir dos trajes de um paraíso
Saciados com suores dos pensamentos…
És o dançar ao som de um sorriso
Num chão de nuvens em desfasamentos

És a essência desfocada do amor
Que aprisiona tempestades de alegria…
És alcançar infinitos mundos com o rigor
De poetizar tudo… porque tudo é poesia

-Manzas-