Eu não espero nada de você...
Eu espero por você.
Se a paciência foi inventada pra isso,
é pra isso que ela vai servir então.
E quando você vier, num dia de chuva azul
Ou sol vermelho,
Ou dentro de uma noite absoluta
Eu estarei com as duas mãos no colo,
Uma expressão serena.
E cheia de segredos ardentes pra te contar.
Mas não quero assustar você,
Quero que fique totalmente à vontade pra começar
Tirando as presilhas do meu cabelo
Esparramando-os sobre todos os poemas
que você não escreveu pra mim...
"Ainda".
Marla de Queiroz
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quinta-feira, 9 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Manhã de Inverno
Coroada de névoas, surge a aurora
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.
Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.
A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.
Vento frio, mas brando, agita as folhas
Das laranjeiras úmidas da chuva;
Erma de flores, curva a planta o colo,
E o chão recebe o pranto da viúva.
Gelo não cobre o dorso das montanhas,
Nem enche as folhas trêmulas a neve;
Galhardo moço, o inverno deste clima
Na verde palma a sua história escreve.
Pouco a pouco, dissipam-se no espaço
As névoas da manhã; já pelos montes
Vão subindo as que encheram todo o vale;
Já se vão descobrindo os horizontes.
Sobe de todo o pano; eis aparece
Da natureza o esplêndido cenário;
Tudo ali preparou co’os sábios olhos
A suprema ciência do empresário.
Canta a orquestra dos pássaros no mato
A sinfonia alpestre, — a voz serena
Acordo os ecos tímidos do vale;
E a divina comédia invade a cena.
Machado de Assis, in 'Falenas'
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.
Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.
A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.
Vento frio, mas brando, agita as folhas
Das laranjeiras úmidas da chuva;
Erma de flores, curva a planta o colo,
E o chão recebe o pranto da viúva.
Gelo não cobre o dorso das montanhas,
Nem enche as folhas trêmulas a neve;
Galhardo moço, o inverno deste clima
Na verde palma a sua história escreve.
Pouco a pouco, dissipam-se no espaço
As névoas da manhã; já pelos montes
Vão subindo as que encheram todo o vale;
Já se vão descobrindo os horizontes.
Sobe de todo o pano; eis aparece
Da natureza o esplêndido cenário;
Tudo ali preparou co’os sábios olhos
A suprema ciência do empresário.
Canta a orquestra dos pássaros no mato
A sinfonia alpestre, — a voz serena
Acordo os ecos tímidos do vale;
E a divina comédia invade a cena.
Machado de Assis, in 'Falenas'
terça-feira, 7 de julho de 2015
Pensamentos
"A vida é a imitação de algo essencial, com o qual a arte nos põe em contato." Antonin Artaud
"Sou mestre na arte de falar em
silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo
tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra." Fiódor Dostoiévski
"É preciso, por enquanto e até segunda ordem, duvidar atrozmente, não
propriamente da existência, que está ao alcance de qualquer um, mas da
agitação interior e da profunda sensibilidade das coisas, dos atos, da
realidade." Antonin Artaud
"Não é o cérebro que mais importa, mas sim o que o orienta: o caráter, o coração, a generosidade, as ideias progressivas." Fiódor Dostoiévski
"Se queres vencer o mundo inteiro, vence-te a ti mesmo." Fiódor Dostoiévski
“Uma mistura de sentimentos dentro de
mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas
os que trazem a felicidade.” Caio F.
"Sentimentos mudam. Memórias não." Caio F.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
CAMINHO
domingo, 5 de julho de 2015
FUNDO
Mais uma vez esta manhã
de inverno azul aberto
e deste vento frio, gélido
a percorrer minhas entranhas.
de inverno azul aberto
e deste vento frio, gélido
a percorrer minhas entranhas.
Mais uma vez a luz, o céu
pincelado leve de nuvens
a estender o seu perfume
‒ fragrância de aurora breve.
pincelado leve de nuvens
a estender o seu perfume
‒ fragrância de aurora breve.
E a preguiça animada
do frescor vão e esquisito:
querer te amar e amar
até fundir o infinito.
do frescor vão e esquisito:
querer te amar e amar
até fundir o infinito.
sábado, 4 de julho de 2015
Pensamentos
O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua. Octavio Paz
Antes de tudo, dizei-me: haverá no mundo coisa mais doce e mais preciosa do que a vida?
E que a distância não impeça o abraço... Pedro Chagas Freitas
Ser amado é passado; amar é durar. Rainer Maria Rilke
O amor é a ocasião única de
amadurecer, de tomar forma, de nos tornarmos um mundo para o ser amado. É
uma alta exigência, uma ambição sem limites, que faz daquele que ama um
eleito solicitado pelos mais vastos horizontes. Rainer Maria Rilke
A felicidade consiste essencialmente em querer-se ser o que é. Erasmo de Roterdã
Um ato de confiança dá paz e serenidade.
Fiódor Dostoiévski
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Um Nome
-Vou guardar as tuas mãos na paixão que tenho por ti,
mas não te posso revelar o meu nome, nem precisas de o saber.
Chama-me o que quiseres, dá-me um nome para que possamos amarmo-nos.
Aquele que tinha perdi-o no caminho até aqui.
Pertencia a outra paixão, e já a esqueci.
Dá-me tu um nome para eu poder ficar contigo...
Al Berto
mas não te posso revelar o meu nome, nem precisas de o saber.
Chama-me o que quiseres, dá-me um nome para que possamos amarmo-nos.
Aquele que tinha perdi-o no caminho até aqui.
Pertencia a outra paixão, e já a esqueci.
Dá-me tu um nome para eu poder ficar contigo...
terça-feira, 31 de março de 2015
Vento, Água, Pedra
A água perfura a pedra,
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.
O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.
O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.
Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.
Octavio Paz
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.
O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.
O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.
Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.
Octavio Paz
segunda-feira, 30 de março de 2015
Pensamentos
"Fica-se enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única." Jorge Luis Borges
"Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é." Jorge Luis Borges
leitor." Jorge Luis Borges
"Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é." Jorge Luis Borges
"Acho que o escritor deve escrever para a alegria do
leitor." Jorge Luis Borges
"Ora tentamos esquecer certas lembranças, ora tentamos salvá-las." Autor desconhecido
domingo, 29 de março de 2015
Pequenos poemas de Georgette de Magalhães Muniz
O tempo dará o tempo...
Aquele que corre, cansa.
Deixa o tempo dar o tempo...
Quem espera, sempre alcança.
Aquele que corre, cansa.
Deixa o tempo dar o tempo...
Quem espera, sempre alcança.
Quem sabe? Talvez o fites no momento.
E assim, perdido entre as estrelas,
Encontrarás, Amor, meu pensamento...
sábado, 28 de março de 2015
Cai a chuva no portal
Cai a chuva no portal, está caindo
Entre nós e o mundo, essa cortina
Não a corras, não a rasgues, está caindo
Fina chuva no portal da nossa vida.
Gotas caem separando-nos do mundo
Para vivermos em paz a nossa vida.
Cai a chuva no portal, está caindo
Entre nós e o mundo, essa toalha
Ela nos cobre, não a rasgues, está caindo
Chuva fina no portal da nossa casa.
Por um dia todos longe e nós dormindo
Lado a lado, como páginas dum livro.
Lídia Jorge
sexta-feira, 27 de março de 2015
Pensamentos
O coração é o centro do espírito. Susanna Tamaro
Saber com o pensamento é uma coisa, saber com o coração é outra. Susanna Tamaro
Sem um amor não vive ninguém. Pode ser um amor sem razão, sem morada, sem nome sequer. Mas tem de ser um amor. Não tem de ser lindo, impossível, inaugural. Apenas tem de ser verdadeiro. Miguel Esteves CardosoA poesia é algo tão íntimo que não pode ser definida.
Jorge Luis Borges
segunda-feira, 9 de março de 2015
Homenagem à Joinville pelos seus 164 anos
Joinville
Basta abrir a janela
para ver Joinville
Basta abrir a porta
para sair lá para fora
E ver uma cidade
linda e saudável.
Ver Joinville
Cidade dos Príncipes,
das Flores e das Bicicletas.
Joinville minha cidadezinha natal.
Essa é Joinville
cidade dos sonhos
Eu nasci nela.
Linda igual minha família.
E assim que eu descrevo
Joinville cidadezinha natal.
Karin Macedo
( Aluna do 5º ano C)
Escola Municipal Anita Garibaldi
Basta abrir a janela
para ver Joinville
Basta abrir a porta
para sair lá para fora
E ver uma cidade
linda e saudável.
Ver Joinville
Cidade dos Príncipes,
das Flores e das Bicicletas.
Joinville minha cidadezinha natal.
Essa é Joinville
cidade dos sonhos
Eu nasci nela.
Linda igual minha família.
E assim que eu descrevo
Joinville cidadezinha natal.
Karin Macedo
( Aluna do 5º ano C)
Escola Municipal Anita Garibaldi
domingo, 8 de março de 2015
À mulher
Mulher, nunca desista
de ser campeã na olimpíada
dessa correria,
amanhã tudo será melhor:
os filhos crescem,
as lutas rejuvenescem
e você está cada dia
mais linda e maior.
Mulher, vai de cabeça erguida,
porque o Senhor não erra,
tinha que honrar sua imagem,
primeiro fez o rascunho
de um ser superior,
refez o projeto,
fez seu veto divino,
retocou,
multiplicou
a dosagem de amor,
refez a embalagem:
no modelo anterior
não cabia
esse gigante
interior.
Ivone Boechat
de ser campeã na olimpíada
dessa correria,
amanhã tudo será melhor:
os filhos crescem,
as lutas rejuvenescem
e você está cada dia
mais linda e maior.
Mulher, vai de cabeça erguida,
porque o Senhor não erra,
tinha que honrar sua imagem,
primeiro fez o rascunho
de um ser superior,
refez o projeto,
fez seu veto divino,
retocou,
multiplicou
a dosagem de amor,
refez a embalagem:
no modelo anterior
não cabia
esse gigante
interior.
Ivone Boechat
sábado, 7 de março de 2015
Pensamentos
Os olhos são as janelas para a alma. Edgar Allan Poe
O vento, a chuva, o sol, o frio
Tudo vai e vem, tudo vem e vai. Orides Fontela
Sentimento: Será aquilo em que se toca que dá verdade ao que sentimos, ou são os nossos sentimentos que tornam real tudo em que se toca?
Eduardo Sá
Tudo vai e vem, tudo vem e vai. Orides Fontela
Sentimento: Será aquilo em que se toca que dá verdade ao que sentimos, ou são os nossos sentimentos que tornam real tudo em que se toca?
Eduardo Sá
Amor: Amar é conhecer mais do outro do que ele sabe de si próprio, e descobrir que ele conhece mais de nós do que nós mesmos.
Eduardo Sá
sexta-feira, 6 de março de 2015
Pequenos poemas
Degraus
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
Mario Quintana
Um degrau de uma escada,
nunca foi feito para que
permanecêssemos em cima dele
mas sim
para suportar um pé
apenas o tempo suficiente
para que o outro pé
alcance o degrau seguinte.
Thomas Huxley
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
Mario Quintana
Um degrau de uma escada,
nunca foi feito para que
permanecêssemos em cima dele
mas sim
para suportar um pé
apenas o tempo suficiente
para que o outro pé
alcance o degrau seguinte.
Thomas Huxley
quinta-feira, 5 de março de 2015
Leveza
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
Cecília Meireles
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
Cecília Meireles
quarta-feira, 4 de março de 2015
Pensamentos
A música foi a grande decisão do homem em abraçar o invisível. Rita Apoena
Dançar é acariciar o vazio. Rita Apoena
Defino a poesia das palavras como Criação rítmica da Beleza. O seu único juiz é o Gosto. Edgar Allan Poe
A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve. Edgar Allan Poe
Tudo o que amei, amei sozinho. Edgar Allan Poe
Eu não quero pensar no que passou, quero que o hoje seja
bom, que eu possa semear o bem com fartura para colher em abundância
amanhã. Rosicarmen Xavier
Há ainda quem goste de viver feliz, quem queira ver o outro feliz, quem faça acontecer, quem plante o bem, ainda há esperança... Rosicarmen Xavier
terça-feira, 3 de março de 2015
Pequenos poemas
Não fui o que os outros foram
Não vi o que os outros viram
Mas por isso, o que amei,
amei sozinho."
Edgar Allan Poe
Álvaro de Campos
Não vi o que os outros viram
Mas por isso, o que amei,
amei sozinho."
Edgar Allan Poe
Quanto fui, quanto não fui,
tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis,
Quanto quis, quanto não quis,
tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Silêncio!...
No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...
Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!
Estou junto de ti, e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...
Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...
Florbela Espanca
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