eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura
um olhar que demora
de dentro de meu centro
este poema me olha.
Paulo Leminski
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domingo, 2 de agosto de 2015
sábado, 1 de agosto de 2015
Gosto de olhos nos olhos
Gosto de olhos nos olhos é feitiço
Há poesia no acasalar das olhadas
Na retina faísca, há compromisso.
Verdades pelos lados espalhadas!
Gosto de olhos nos olhos é anseio
Gosto de ver o sorriso do coração
Gosto de aspirar à que a mim veio
Gosto de ver a alma fluir emoção!
Gosto de olhos nos olhos, diálogo.
Um silêncio compreendido afinal
Perfeito bate boca, é quase verbal!
Gosto de olho no olho, dizer tudo.
Gosto desses cristais do momento
Aprecio olhares que lê pensamento!
ღRaquel Ordonesღ
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Pensamentos
Dúvida "É preciso, por enquanto e até segunda ordem, duvidar atrozmente, não propriamente da existência, que está ao alcance de qualquer um, mas da agitação interior e da profunda sensibilidade das coisas, dos atos, da realidade." Antonin Artaud
"O tempo é como um encantamento. A gente nunca tem quanto imagina." Khaled Hosseini - O Silêncio das Montanhas
"E seguiu tocando a vida. Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças." (A Cidade do sol) Khaled Hosseini
Passado "Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar." Khaled Hosseini
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Dia Sim
Há dias em que são assim.
Logo pela manhã, o impulso de abrir os olhos
vem acompanhado com um acelerado palpitar do coração.
Parece que se teve
uma noite inteira de sonhos bons e acorda-se com aquela lembrança mais
feliz.
É um dia feito para amar. Amar e deixar amar.
Dia em que o sol e o
céu azul fazem mais sentido.
Nesses dias tudo são cores.
Dia em que se
acorda virada para o sol.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Fui...
terça-feira, 28 de julho de 2015
Pensamentos
"A eternidade é saber que existes,
abrir os olhos enquanto dormes, ou então adormecer enquanto me olhas, e
depois viver para sempre." Pedro Chagas Freitas
"As obras de arte são de uma solidão
infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode
captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas." Rainer Maria Rilke
"Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama..." Desconhecido
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama..." Desconhecido
"Amizade é como flores, não podemos deixar de regá-las, mas também não podemos regá-las muito."
Manuel Bandeira
"Eu gosto de delicadeza.
Seja nos gestos, nas palavras, nas ações, no jeito de olhar, no dia-a-dia e até no que não é dito com palavras, mas fica no ar..." Manuel Bandeira
Seja nos gestos, nas palavras, nas ações, no jeito de olhar, no dia-a-dia e até no que não é dito com palavras, mas fica no ar..." Manuel Bandeira
"Vivo nas estrelas porque é lá que brilha a minha alma." Manuel Bandeira
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Pequenos poemas
"Toda a poesia é luminosa,
até a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol,
nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez
e outra vez a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar."
até a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol,
nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez
e outra vez a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar."
"O teu amor veio até meu coração e partiu feliz.
Depois
retornou, vestiu a veste do amor, mas mais uma vez foi embora.
Timidamente lhe supliquei que ficasse comigo ao menos por alguns dias.
Ele se sentou junto a mim e se esqueceu de partir."
domingo, 26 de julho de 2015
Encontro de almas
Vem,
Conversemos através da alma.
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes,
sorri comigo, como um botão de rosa.
Entendamo-nos pelos pensamentos,
sem língua sem lábios.
Sem abrir a boca,
contemo-nos todos os segredos do mundo,
como faria o intelecto divino.
Fujamos dos incrédulos
que só são capazes de entender
se escutam palavras e vêem rostos.
Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca",
se todas as mãos são uma?
Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar -te.
Jalal Al-Din Rumi
Conversemos através da alma.
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes,
sorri comigo, como um botão de rosa.
Entendamo-nos pelos pensamentos,
sem língua sem lábios.
Sem abrir a boca,
contemo-nos todos os segredos do mundo,
como faria o intelecto divino.
Fujamos dos incrédulos
que só são capazes de entender
se escutam palavras e vêem rostos.
Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca",
se todas as mãos são uma?
Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar -te.
Jalal Al-Din Rumi
sábado, 25 de julho de 2015
Pensamentos
"Quem é que pode parar os
caminhos? E os rios cantando e correndo? E as folhas ao vento? E os
ninhos? E a poesia? A poesia como um seio nascendo..." Mario Quintana
"A vida esconde nos lugares mais simples sua grande beleza, que revela qual o significado de porque persistimos em continuar vivendo." Pablo Neruda
"A vida esconde nos lugares mais simples sua grande beleza, que revela qual o significado de porque persistimos em continuar vivendo." Pablo Neruda
"Os ventos, ventam poesia, os pássaros, cantam poesia..os rios, correm poesia, e nós.. a vivemos cada dia."
Anne Isabelle
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Os Justos
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez nem lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de um certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luis Borges
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez nem lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de um certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luis Borges
quinta-feira, 23 de julho de 2015
As Evidências
Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.
Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,
um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,
tão quase é coisa ou sucessão que passa…
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.
Jorge Luis Borges
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.
Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,
um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,
tão quase é coisa ou sucessão que passa…
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.
Jorge Luis Borges
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Pensamentos
"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo." Caio Fernando Abreu
"A mim este sol, estes prados, estas flores contentam-me."
(Heterônimo de Fernando Pessoa) Alberto Caeiro
"A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida."
Miguel Esteves Cardosoterça-feira, 21 de julho de 2015
Pequenos poemas
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
O que brilha no vazio
dura sob o olhar divino,
Gárgulas de luz,
derramando a voz
do rio.
dura sob o olhar divino,
Gárgulas de luz,
derramando a voz
do rio.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Amiga...Amigo...
Amiga...Amigo...
Ela ou ele, sem identidade,
O importante é a sinceridade,
Você comigo, eu contigo.
Ela ou ele, sem identidade,
O importante é a sinceridade,
Você comigo, eu contigo.
Amiga...amigo...
Quando some dá saudade,
Quando aparece é felicidade,
É alegria e palavras de afago.
Amiga...amigo...
É compreensão e afinidade,
Não importa a cor ou a idade,
No coração sempre há abrigo.
Amiga...amigo...
Sentimento de verdade,
Laços fortes de amizade,
Que unem você comigo.
Sibylla Ignês Steuernagel
Quando some dá saudade,
Quando aparece é felicidade,
É alegria e palavras de afago.
Amiga...amigo...
É compreensão e afinidade,
Não importa a cor ou a idade,
No coração sempre há abrigo.
Amiga...amigo...
Sentimento de verdade,
Laços fortes de amizade,
Que unem você comigo.
Sibylla Ignês Steuernagel
domingo, 19 de julho de 2015
Pensamentos de Mario Quintana
Alma
A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.
Dupla delícia
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.
Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...não a gente a ele!
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.
A amizade é um amor que nunca morre.
O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.
sábado, 18 de julho de 2015
Poema do amor impossível
Gosto do silêncio em que vivemos
quando nos encontramos
os longos olhares panorâmicos
os corpos que parecem apenas um
os lábios que falam calando as palavras
gosto desse silêncio
que é como um manto
como o ar em que as aves voam
como um vazio em que tudo é possível
é assim o nosso silêncio
que diz tanto de nós dois.
Luís Ene
quando nos encontramos
os longos olhares panorâmicos
os corpos que parecem apenas um
os lábios que falam calando as palavras
gosto desse silêncio
que é como um manto
como o ar em que as aves voam
como um vazio em que tudo é possível
é assim o nosso silêncio
que diz tanto de nós dois.
Luís Ene
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Soneto
Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Pensamentos
Seja forte, siga em frente, respire fundo, e perceba a importância de se
ter braços vazios, pra que se possa ter espaço em si para abraçar o
mundo. Marla de Queiroz
Se não pudermos ser bons o tempo todo, sejamos ao menos bem intencionados… Marla de Queiroz
Celebro o amor e elejo um pensamento bom por dia. Percebo a força que palavras doces têm. E sei que o que recebo é sempre um eco. Marla de Queiroz
Se não pudermos ser bons o tempo todo, sejamos ao menos bem intencionados… Marla de Queiroz
Celebro o amor e elejo um pensamento bom por dia. Percebo a força que palavras doces têm. E sei que o que recebo é sempre um eco. Marla de Queiroz
Se os líderes lessem poesia, seriam mais sábios. Octavio Paz
Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só...
Caio Fernando Abreu
Tenho achado viver tão bonito. Caio Fernando Abreu
E a vida existe e também é bonita. E se renova. Tem lados de luz.
Caio Fernando Abreu
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Pequenos poemas de Octávio Paz
DESTINO DO POETA
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro era mundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
Certeza
Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?
Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro era mundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
Certeza
Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?
Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.
terça-feira, 14 de julho de 2015
Poema de Paulo Leminski
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Pensamentos de Jorge Luis Borges
"Creio que uma forma de felicidade é a leitura."
"A única coisa sem mistério é a felicidade, porque ela se justifica por si só."
"O livro é uma das possibilidades de felicidade de que dispomos."
"O dever de todas as coisas é ser uma felicidade."
"O livro é uma extensão da memória e da imaginação."
"Fica-se enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única."
"Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é."
"A única coisa sem mistério é a felicidade, porque ela se justifica por si só."
"O livro é uma das possibilidades de felicidade de que dispomos."
"O dever de todas as coisas é ser uma felicidade."
"O livro é uma extensão da memória e da imaginação."
"Fica-se enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única."
"Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é."
domingo, 12 de julho de 2015
A UM GATO
Inesquecível gatinho |
Nem mais furtiva a aurora aventureira;
Tu és, sob a lua, essa pantera
que divisam ao longe nossos olhos.
Por obra indecifrável de um decreto
Divino, buscamos-te inutilmente;
Mais remoto que o Ganges e o poente,
É tua a solidão, teu o segredo.
O teu dorso condescende à morosa
Carícia da minha mão. Sem um ruído
Da eternidade que ora é olvido.
Aceitaste o amor desta mão receosa.
Em outro tempo estás. Tu és o dono
de um espaço cerrado como um sonho.
Jorge Luis Borges
sábado, 11 de julho de 2015
Como se o teu amor…
Como se o teu amor tivesse outro nome no teu nome,
chamo por ti; e o som do que digo é o amor
que ao teu corpo substitui a doçura de um pronome
- tu, a sílaba única de uma eclosão de flor.
Diz-me, então, por que vens ter comigo
no puro despertar da minha solidão?
E que murmúrio lento de uma cantiga de amigo
nos repete o amor numa insistência de refrão?
no puro despertar da minha solidão?
E que murmúrio lento de uma cantiga de amigo
nos repete o amor numa insistência de refrão?
É como se nada tivesse para te dizer
quando tu és tudo o que me habita os lábios:
linguagem breve de gestos sábios
que os teus olhos me dão para beber.
quando tu és tudo o que me habita os lábios:
linguagem breve de gestos sábios
que os teus olhos me dão para beber.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Pensamentos
"A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve." Edgar Allan Poe
"Os olhos são as janelas para a alma." Edgar Allan Poe
"Defino a poesia das palavras como Criação rítmica da Beleza. O seu único juiz é o Gosto." Edgar Allan Poe
“A questão de todas as questões,
tanto para a ciência quanto para a religião, é determinar nosso lugar
verdadeiro e nosso verdadeiro papel no universo.” Thomas Huxley
"...a poesia é A LIBERDADE da minha LINGUAGEM..." Paulo Leminski
"Basta um instante
E você tem amor bastante." Paulo Leminski
E você tem amor bastante." Paulo Leminski
"O que a gente sente e não diz, cresce dentro." Paulo Leminski.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
AINDA...
Eu não espero nada de você...
Eu espero por você.
Se a paciência foi inventada pra isso,
é pra isso que ela vai servir então.
E quando você vier, num dia de chuva azul
Ou sol vermelho,
Ou dentro de uma noite absoluta
Eu estarei com as duas mãos no colo,
Uma expressão serena.
E cheia de segredos ardentes pra te contar.
Mas não quero assustar você,
Quero que fique totalmente à vontade pra começar
Tirando as presilhas do meu cabelo
Esparramando-os sobre todos os poemas
que você não escreveu pra mim...
"Ainda".
Marla de Queiroz
Eu espero por você.
Se a paciência foi inventada pra isso,
é pra isso que ela vai servir então.
E quando você vier, num dia de chuva azul
Ou sol vermelho,
Ou dentro de uma noite absoluta
Eu estarei com as duas mãos no colo,
Uma expressão serena.
E cheia de segredos ardentes pra te contar.
Mas não quero assustar você,
Quero que fique totalmente à vontade pra começar
Tirando as presilhas do meu cabelo
Esparramando-os sobre todos os poemas
que você não escreveu pra mim...
"Ainda".
Marla de Queiroz
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Manhã de Inverno
Coroada de névoas, surge a aurora
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.
Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.
A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.
Vento frio, mas brando, agita as folhas
Das laranjeiras úmidas da chuva;
Erma de flores, curva a planta o colo,
E o chão recebe o pranto da viúva.
Gelo não cobre o dorso das montanhas,
Nem enche as folhas trêmulas a neve;
Galhardo moço, o inverno deste clima
Na verde palma a sua história escreve.
Pouco a pouco, dissipam-se no espaço
As névoas da manhã; já pelos montes
Vão subindo as que encheram todo o vale;
Já se vão descobrindo os horizontes.
Sobe de todo o pano; eis aparece
Da natureza o esplêndido cenário;
Tudo ali preparou co’os sábios olhos
A suprema ciência do empresário.
Canta a orquestra dos pássaros no mato
A sinfonia alpestre, — a voz serena
Acordo os ecos tímidos do vale;
E a divina comédia invade a cena.
Machado de Assis, in 'Falenas'
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.
Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.
A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.
Vento frio, mas brando, agita as folhas
Das laranjeiras úmidas da chuva;
Erma de flores, curva a planta o colo,
E o chão recebe o pranto da viúva.
Gelo não cobre o dorso das montanhas,
Nem enche as folhas trêmulas a neve;
Galhardo moço, o inverno deste clima
Na verde palma a sua história escreve.
Pouco a pouco, dissipam-se no espaço
As névoas da manhã; já pelos montes
Vão subindo as que encheram todo o vale;
Já se vão descobrindo os horizontes.
Sobe de todo o pano; eis aparece
Da natureza o esplêndido cenário;
Tudo ali preparou co’os sábios olhos
A suprema ciência do empresário.
Canta a orquestra dos pássaros no mato
A sinfonia alpestre, — a voz serena
Acordo os ecos tímidos do vale;
E a divina comédia invade a cena.
Machado de Assis, in 'Falenas'
terça-feira, 7 de julho de 2015
Pensamentos
"A vida é a imitação de algo essencial, com o qual a arte nos põe em contato." Antonin Artaud
"Sou mestre na arte de falar em
silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo
tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra." Fiódor Dostoiévski
"É preciso, por enquanto e até segunda ordem, duvidar atrozmente, não
propriamente da existência, que está ao alcance de qualquer um, mas da
agitação interior e da profunda sensibilidade das coisas, dos atos, da
realidade." Antonin Artaud
"Não é o cérebro que mais importa, mas sim o que o orienta: o caráter, o coração, a generosidade, as ideias progressivas." Fiódor Dostoiévski
"Se queres vencer o mundo inteiro, vence-te a ti mesmo." Fiódor Dostoiévski
“Uma mistura de sentimentos dentro de
mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas
os que trazem a felicidade.” Caio F.
"Sentimentos mudam. Memórias não." Caio F.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
CAMINHO
domingo, 5 de julho de 2015
FUNDO
Mais uma vez esta manhã
de inverno azul aberto
e deste vento frio, gélido
a percorrer minhas entranhas.
de inverno azul aberto
e deste vento frio, gélido
a percorrer minhas entranhas.
Mais uma vez a luz, o céu
pincelado leve de nuvens
a estender o seu perfume
‒ fragrância de aurora breve.
pincelado leve de nuvens
a estender o seu perfume
‒ fragrância de aurora breve.
E a preguiça animada
do frescor vão e esquisito:
querer te amar e amar
até fundir o infinito.
do frescor vão e esquisito:
querer te amar e amar
até fundir o infinito.
sábado, 4 de julho de 2015
Pensamentos
O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua. Octavio Paz
Antes de tudo, dizei-me: haverá no mundo coisa mais doce e mais preciosa do que a vida?
E que a distância não impeça o abraço... Pedro Chagas Freitas
Ser amado é passado; amar é durar. Rainer Maria Rilke
O amor é a ocasião única de
amadurecer, de tomar forma, de nos tornarmos um mundo para o ser amado. É
uma alta exigência, uma ambição sem limites, que faz daquele que ama um
eleito solicitado pelos mais vastos horizontes. Rainer Maria Rilke
A felicidade consiste essencialmente em querer-se ser o que é. Erasmo de Roterdã
Um ato de confiança dá paz e serenidade.
Fiódor Dostoiévski
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Um Nome
-Vou guardar as tuas mãos na paixão que tenho por ti,
mas não te posso revelar o meu nome, nem precisas de o saber.
Chama-me o que quiseres, dá-me um nome para que possamos amarmo-nos.
Aquele que tinha perdi-o no caminho até aqui.
Pertencia a outra paixão, e já a esqueci.
Dá-me tu um nome para eu poder ficar contigo...
Al Berto
mas não te posso revelar o meu nome, nem precisas de o saber.
Chama-me o que quiseres, dá-me um nome para que possamos amarmo-nos.
Aquele que tinha perdi-o no caminho até aqui.
Pertencia a outra paixão, e já a esqueci.
Dá-me tu um nome para eu poder ficar contigo...
terça-feira, 31 de março de 2015
Vento, Água, Pedra
A água perfura a pedra,
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.
O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.
O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.
Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.
Octavio Paz
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.
O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.
O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.
Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.
Octavio Paz
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