
Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?
Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?
Machado de Assis
Lembranças de outro tempo
Quando não havia tanta maldade
Quando saudável era o vento
E tínhamos identidade
Essa fase não havia de acabar
E então novo tempo apareceu
É nossa sina o papel rabiscar
Não deixando de esquecer quem morreu
Os poetas que se foram
Nos deixaram doces lembranças
Obras que muitos ignoram
Mas ainda nos dão esperanças
Assis, Azevedo, Drummond e outros.
Fizeram sua parte há algum tempo
É chegada a hora dos reencontros.
Escrevamos com a alma
Basta ter calma
Sem dispor de muito tempo
Quer saber?
Não precisa de talento
Escreva, escreva e escreva.
Não precisa de rima
Basta escrever
Olhe para cima
Ou melhor, para dentro de ti.
Encontrará um poeta escondido
Pode estar sorrindo ou ferido
Que algo poderá escrever.
Escreva o que consta em sua alma
O que diz seu interior
Fale de coisas absurdas
Ou simplesmente do amor.
Não queira ser um Drummont.
Admirá-lo é o bastante posso dizer
Pense como Azevedo
Seja um viciado em ler
Leia o passado
Serás capaz de escrever o futuro
Quando escrever algo e chorar
Digo-te, tu és um poeta, lhe juro.
Ninguém pode construir em teu lugar
as pontes que precisarás passar,
para atravessar o rio da vida
- ninguém, exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem números,
e pontes, e semideuses que se oferecerão
para levar-te além do rio;
mas isso te custaria a tua própria pessoa;
tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho
por onde só tu podes passar.
Onde leva? Não perguntes, segue-o.
- Nietzsche -
Delicadeza é a sensibilidade
Aflorada na essência da alma...
É sentir o sussurrar do vento
Trazendo o aroma do lírio do
Campo
Com sua magia e o seu encanto...
É sentir na pele a brisa do mar
Numa bela noite de luar
Despertando
O desejo de amar.