Cecília Meireles
Os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.
Allan Kardec
O silêncio é que é a verdadeira arma letal das relações humanas.
Martha Medeiros
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A noite tem seu brilho nostálgico. Um sentimento me assombra... Saudade! Anjo da noite... Sinto tua presença... Silenciosamente, você me guarda, protege... Distante, me rodeia... Me acompanha... Sinto os pelos do meu corpo, se arrepiar com a brisa da noite! Fecho os olhos... Seu olhar me envolve a alma... Sinto seu abraço! Minh'alma desnuda... Tenho você ao meu lado. Seu pensamento me envolve, como a noite! Me sinto amada! Sinto seu cheiro... Enlouqueço... Preciso ter você aqui comigo! Anjo dos meus sonhos! Você é real! |
Adriana Mallet |
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Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!
Mario Quintana - A Rua dos Cataventos
Quando em uma fresca manhã
A luz, clara luz iluminar suas ações
Ali estará minha paixão
Não deixando a distância separar nossos corações
Quando em uma tarde ensolarada
A brisa vier de longe, acariciar seu rosto
Ali estará minha saudade, antes enclausurada
Em silêncio, beijando-te com gosto
Quando em uma noite estrelada
Um leve refrescar te percorrer
Ali estarão meus pensamentos
Impedindo no seu rosto, uma lágrima escorrer
Ronaud Pereira
Queria tocar-lhe ao menos uma vez
Mesmo que de leve com os lábios
Mesmo que através do olhar
Mesmo não sabendo nadar
Mesmo que fosse
Com o suor que evapora do meu corpo
Mesmo que não me amasse
Mesmo que não me olhasse
Queria merecer seu sorriso
No entardecer nublado
Sentindo o frio que chega com a noite
Queria abraçar seu sorriso
Mesmo que fosse a estrela do norte
Ou um corte longe do paraíso
Apenas uma mulher sonhadora
Que caminha entre planos de uma vida
Na sua existencialidade plena vívida
Por frestas de momentos que são conforto
Vão deixando o pensamento absorto
Apenas uma mulher lutadora
Fazendo da vida uma batalha de sonhos
Entre o real e o irreal risonhos
Metamorfoseando a alma muitas vezes
Sendo a borboleta dos imaginários ares
Apenas uma mulher que ama
Apaixonada pela humanidade
Sem distinção de cor ou religião
Apenas amando o cotidiano
Que é você ai do outro lado à razão
Apenas uma mulher solitária
Que busca dentro de si o desabrochar
Da alma que habita um corpo a abraçar
Na solidão de si mesma busca aspirações
Descobrindo-se em encantos em ocasiões
Apenas uma mulher às vezes triste
Dentro dos padrões humanos normais
Tem dias que o céu fica em tons especiais
A lua fica na fase minguante o sol em desencanto
Quando a tristeza chega e lá se vai o encanto
Apenas uma mulher às vezes alegre
Embalada na melodia do canto dos pássaros
Que por ocasião trespassam a alma em suspiros
O coração é grande nele tudo cabe em alegria
O amor toma grande espaço que contagia
Apenas uma mulher querendo ser poeta
Que escreve poesia para deleite do dia a dia
Entranhando-se em cada verso em cantoria
Fazendo deste encanto seu próprio universo
Vivendo o iluminar de cada momento
Apenas uma mulher que sonha...
Que estará aqui para o que der e vier
Dentro do sonho da vida que contiver
Enquanto houver vida para viver
Dentro deste sonho que é...Viver a vida
ÂNGELA LUGO
Mesmo que o tempo seja apenas dor
E da desilusão se fique prisioneiro.
Vai-se um amor? Depois vem outro amor
Talvez maior do que o primeiro.
Sonho que se afogou na baixa-mar,
De novo há de erguer, cheio de fé,
Que mesmo sem ninguém o suspeitar,
Volta a encher a maré.
Não penses que jamais hás de achar fundo
Nem que entre as tuas mãos não terás outra mão.
Pode a vida matar o sonho e o sol e o mundo,
Mas não nos mata o coração.
(Poesia de Maria Helena,– extraído do livro
Concerto a 4 mãos - de JG de Araujo Jorge - 1959 )
Amar é o sinônimo da vida
Duas linhas seguidas
Sem curvas,desvios atalhos
Uma troca sem medidas
Um eu e você sem saída
Sem emendas, sem retalhos
É o pulsar do coração
Amor desejo paixão
Em ritmo acelerado
Desejo de parar o tempo
Sentir a todo momento
Corpos entrelaçados
É querer a todo instante
Mais um carinho, um afago.
Coisas inconstantes,
nuvens altas distantes
a formar desenhos imaginários,
que se multiplicam em vários
e se desfazem em instantes
Raios de sol brilhantes
mais frios e mais quentes,
verões e frios glaciais
a não serem mais iguais,
a distanciar do antes
A tabua das mares
e as fases da Lua,
os caprichos dos ares,
os humores da rua.
Inconstantes, tudo flutua
As vontades e emoção,
os amores e a opção,
os prazeres e o momento.
Inconstantes, por mais lento.
Falo de nós e sobre o vento. (Arnault)
Olhar o novo dia como um aprendizado
Porque na escola da vida cada um
De nós é um eterno aprendiz
Vamos viver com alegria esta é a melhor
Maneira de tornar o dia muito mais feliz.
Não vamos guardar mágoas em nossos
Corações, vamos viver de maneira
Fraterna, abraçando nossos irmãos
E assim cada dia um recomeço com
Bondade e amor em nossos corações!
Elias Akhenaton