Se, ao acaso, abro um livro, uma rosa qualquer,
Uma violeta em cujo esquecido perfume
Se concentra, em segredo, uma alma de mulher.
Quem encontra essa flor, desde logo presume
Que a oferta intencional se dirige a quem quer,
E, nela, embalsamado, um voto se resume,
Lírio, cravo, jasmim, mal-me-quer, bem-me-quer.
Graça, delicadeza, adorável doçura,
Que quer dizer saudade ou quer dizer ternura,
Ou que outro nome tenha esse sonho de amor.
Bendita seja sempre a mão clara e querida,
Que, no mundo fugaz, na tristeza da vida,
Pôs, marcando um soneto, o beijo de uma flor.
José Martins Fontes
Uma violeta em cujo esquecido perfume
Se concentra, em segredo, uma alma de mulher.
Quem encontra essa flor, desde logo presume
Que a oferta intencional se dirige a quem quer,
E, nela, embalsamado, um voto se resume,
Lírio, cravo, jasmim, mal-me-quer, bem-me-quer.
Graça, delicadeza, adorável doçura,
Que quer dizer saudade ou quer dizer ternura,
Ou que outro nome tenha esse sonho de amor.
Bendita seja sempre a mão clara e querida,
Que, no mundo fugaz, na tristeza da vida,
Pôs, marcando um soneto, o beijo de uma flor.
José Martins Fontes