Em rabiscos de letras que se agrupam…
És Pena que desliza como um batel
Em correntes de frases que se aludam
És folha seca que cai no Outono
Em chão varrido pelas asas do vento…
És chuva melancólica que em dia morno
Abate-se no coração em jeito de alento
És flor regada pelas gotas do orvalho
Em auroras perfumadas do despertar…
És o queixume do coração em retalho
Lavado no rio que leva segredos ao mar
Poesia! Tu és o rasgar dos horizontes
Que propicia a saudade de quem a lê…
És águas sedentas que jorram das fontes
O colorir das fantasias que não se vê
És o vestir dos trajes de um paraíso
Saciados com suores dos pensamentos…
És o dançar ao som de um sorriso
Num chão de nuvens em desfasamentos
És a essência desfocada do amor
Que aprisiona tempestades de alegria…
És alcançar infinitos mundos com o rigor
De poetizar tudo… porque tudo é poesia
-Manzas-