anos que você nem
acredita.
Por dentro doze ou menos,
e me acho mais bonita.
Por fora, óculos; algumas
rugas, gordurinhas, prata
nos tantos cabelos.
Por dentro sou dourada,
alma imaculada, corpo
de modelo.
Por fora, em aluviões,
batem paixões contra
o peito.
Paixões por versos,
pinturas, filosofia e
amigos sem despeito.
Por dentro, sei me cuidar,
vivo a brincar, meio sem
jeito.
Não me derrota a tristeza;
não me oprime a saudade;
não me demoro padecente.
E é por viver, contente
que concluo sem demora:
É a menina que vive por
dentro, que alegra a mulher
de fora!
(Luan Jessan).