Eras a boina cinza e o coração em calma.
Em teus olhos pelejavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caiam na água de tua alma.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJyEhUwhxcqljKaLnGtKZNvDdcK2z1EXFgAhyGx-e3ZjEEcdGrUE7pqjrdxi0TXjC70IAYksnIQgAu5FZ658Jn-pfCj-F0OUkLOTtQl68zNGEZW8nXS0i6zAerOF60dAdT5qYpAqF5V7sG/s320/images.jpg)
as folhas recolhiam tua voz lenta e em calma.
Figueira de estupor em que minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre minha alma.
Sinto viajar teus olhos e é distante o outono:
boina cinza, voz de pássaro e coração de casa
fazia onde emigravam meus profundos anseios
e caiam meus beijos alegres como brasas.
Céu desde um navio. Campo desde os cerros.
Tua recordação é de luz, de fumaça, de tanque em calma!
Mais além de teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam em tua alma.