Sonhei comigo
esta noite
Vi-me ao comprido
Deitada
Tinha estrelas
nos cabelos
em meus olhos
madrugadas
Sonhei comigo
esta noite
como queria
ser sonhada
Senti o calor da mão
percorrendo uma guitarra
De longe vinha um gemido
uma voz desabalada
Havia um campo
de trigo
um sol forte
me abrasava.
E acordei
meio sonhando
procurando
me encontrar
Quando me vi
ao espelho
era teu
o meu olhar.
Eugénia Tabosa
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quinta-feira, 3 de setembro de 2015
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Pensamentos
"Nunca digas que esqueceste um amor diga apenas que consegue falar nele sem chorar, pois o amor é... inesquecível" Guimarães Rosa
"A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." Guimarães Rosa
"O amor não precisa de memória, não arredonda, não floreia:
faz forte estilo. E fim." Guimarães Rosa
faz forte estilo. E fim." Guimarães Rosa
"Em negócios de amor, nada de sócios." Álvares de Azevedo
"O poeta é um pintor do mundo invisível." Ana Hatherly
"Em arte a realidade verdadeiramente possível é a que nós inventamos."
Ana Hatherly
"O presente é a grande folha onde escrevemos."
José Luís Peixoto
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Pequenos poemas
Amizade
De mais ninguém, senão de ti, preciso:
Do teu sereno olhar, do teu sorriso,
Da tua mão pousada no meu ombro.
Ouvir-te murmurar: "Espera e confia!"
E sentir converter-se em harmonia,
O que era, dantes, confusão e assombro.
De mais ninguém, senão de ti, preciso:
Do teu sereno olhar, do teu sorriso,
Da tua mão pousada no meu ombro.
Ouvir-te murmurar: "Espera e confia!"
E sentir converter-se em harmonia,
O que era, dantes, confusão e assombro.
Passo, Amo e Ardo.
Água? Brisa, Luz?
Não sei.
E tenho pressa.
Levo comigo uma criança
que nunca viu o mar.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Em todos os jardins
Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Sophia de Mello Breyner Andresen
domingo, 30 de agosto de 2015
Pensamentos
"É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas. Mas o grande homem é aquele que mantém a independência da solidão." Ralph Waldo Emerson
"É prova de alta cultura dizer as coisas mais profundas, do modo mais simples." Ralph Waldo Emerson
"O prêmio por uma coisa bem feita é tê-la feito." Ralph Waldo Emerson
"A Energia é a eterna Alegria." William Blake
"A ave constrói o ninho; a aranha, a teia; o homem, a amizade." William Blake
"Aquele que se deixa prender por uma
única alegria, rasga as asas da vida. Aquele que beija a alegria
enquanto ela voa, vive no amanhecer da eternidade." William Blake
"Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge." Al Berto
sábado, 29 de agosto de 2015
Pequenos poemas
sou doutras coisas
Sou doutras coisas
fiz o meu barco com guitarras e com folhas
e com o vento fiz a vela que me leva
sou pescador de coisas belas, de emoções
sou a maré que sempre sobe e não sossega
Sou doutras coisas
fiz o meu barco com guitarras e com folhas
e com o vento fiz a vela que me leva
sou pescador de coisas belas, de emoções
sou a maré que sempre sobe e não sossega
leve
Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.
Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Quase de nada místico
Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
Ana Luísa Amaral
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
Ana Luísa Amaral
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Pensamentos
O verdadeiro amigo é confiável e estimulante,engraçado e
grave, às vezes irritante; pode se afastar, mas sabemos que retorna; ele
nos agüenta e nos chama, nos dá impulso e abrigo, e nos faz ser
melhores:como o verdadeiro amor. Lya Luft
Cultivo alegrias no jardim onde estamos eu, os sonhos idos, os velhos amores e seus segredos... Lya Luft
Vou procurar um amor bom para mim - no qual me reconheço e me reencontro, me refaço e me amplio, me exploro, me descubro. Lya Luft
A mais bela ponte construída no planeta é a distância entre um olhar e outro. Adriana Falcão
Beijo é um carimbo que serve para mostrar que a gente gosta daquilo. Adriana Falcão
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele. Adriana Falcão
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Pequenos poemas
O luar enche a terra de miragens
E as coisas têm hoje uma alma virgem,
O vento acordou entre as folhagens
Uma vida secreta e fugitiva,
Feita de sombra e luz, terror e calma,
Que é o perfeito acorde da minha alma.
E as coisas têm hoje uma alma virgem,
O vento acordou entre as folhagens
Uma vida secreta e fugitiva,
Feita de sombra e luz, terror e calma,
Que é o perfeito acorde da minha alma.
Sonho
O sonho é ver formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
O sonho é ver formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Poema Sobre a Recusa
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus
dedos
sem ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva
de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda
Maria Tereza Horta
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus
dedos
sem ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva
de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda
Maria Tereza Horta
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Pensamentos
(Desconhecido)
"O encontro de duas personalidades é como o contato de duas substâncias
químicas: se houver alguma reação, ambas serão transformadas." Carl Jung
Todo o encontro especial é uma primeira vez. Lya Luft
"Uso as palavras para entender meus silêncios"
Manoel de Barros
Manoel de Barros
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue. Adriana Falcão
Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Adriana Falcão
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, o seu pensamento reapresenta um capítulo. Adriana Falcão
domingo, 23 de agosto de 2015
Pequenos poemas
Respiro o vento, e vivo de perfumes
No murmúrio das folhas de mangueira;
Nas noites de luar aqui descanso e a lua enche de amor a minha esteira.
No murmúrio das folhas de mangueira;
Nas noites de luar aqui descanso e a lua enche de amor a minha esteira.
Cantigas leva-as o vento...
A lembrança dos teus beijos
Inda na minh'alma existe,
Como um perfume perdido,
Nas folhas dum livro triste.
Perfume tão esquisito
E de tal suavidade,
Que mesmo desapar'cido
Revive numa saudade.
sábado, 22 de agosto de 2015
O Meu Amor Existe
O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina
O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.
Jorge Palma
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina
O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.
Jorge Palma
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Pensamentos
"Alguém que você não pode ver, manda um beijo que você não pode sentir...mas que te ama de um jeito, que você pode imaginar!" Desconhecido
“Como um Beijo,
Que com o sopro do vento
Foi roubado da imaginação. ” Flávia
Que com o sopro do vento
Foi roubado da imaginação. ” Flávia
"Custa, quando olho para a frente e vejo obstáculos . Orgulho-me quando olho para trás e os vejo derrubados ." Flávia
" Não importa quantas pessoas te admiram, mas sim quantas pessoas te respeitam! "
Flávia"aonde quer que eu vá...Como posso despedir-me de ti, se levo-te sempre no olhar?" Desconhecido
"o que fica...foi tu que fez-me ver a poesia da vida. que fez-me sentir na pele cada verso. que abriste portas que nunca hão de se fechar..." Desconhecido
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
dentro de nós
O que nos chama para dentro de nós mesmos
é uma vaga de luz, um pavio, uma sombra incerta.
Qualquer coisa que nos muda a escala do olhar
e nos torna piedosos, como quem já tem fé.
Nós que tivemos a vagarosa alegria repartida
pelo movimento, pela forma, pelo nome,
voltamos ao zero irradiante, ao ver
o que foi grande, o que foi pequeno, aliás
o que não tem tamanho, mas está agora
engrandecido dentro do novo olhar.
Fiama Hasse Pais Brandão
é uma vaga de luz, um pavio, uma sombra incerta.
Qualquer coisa que nos muda a escala do olhar
e nos torna piedosos, como quem já tem fé.
Nós que tivemos a vagarosa alegria repartida
pelo movimento, pela forma, pelo nome,
voltamos ao zero irradiante, ao ver
o que foi grande, o que foi pequeno, aliás
o que não tem tamanho, mas está agora
engrandecido dentro do novo olhar.
Fiama Hasse Pais Brandão
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
A CANÇÃO DO DELIRANTE AENGUS (1899)
Eu fui para uma floresta de nogueiras,
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;
E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas,
Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho
E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão
E fui soprar para reativar as chamas,
Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar, como um brilho mais forte.
Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.
William Butler Yeats
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;
E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas,
Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho
E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão
E fui soprar para reativar as chamas,
Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar, como um brilho mais forte.
Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.
William Butler Yeats
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Pensamentos e Hacais
Olho uma flor, recorda-me de ti.
Apetece-me colhê-la, mas não o faço.
Quando quero estar contigo, visito-te no meu jardim. Luís Ene
Apetece-me colhê-la, mas não o faço.
Quando quero estar contigo, visito-te no meu jardim. Luís Ene
Até onde podemos discernir, o único propósito da existência humana é lançar uma luz nas trevas do mero ser. Carl Jung
Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra; não existe uma receita para a vida que sirva para todos. Carl Jung
A criação de algo novo é consumado
pelo intelecto, mas despertado pelo instinto de uma necessidade
pessoal. A mente criativa age sobre algo que ela ama. Carl Jung
No embalo do rio
ao sabor da corrente
meu amor vai comigo Eugénia Tabosa
ao sabor da corrente
meu amor vai comigo Eugénia Tabosa
meus dedos-olhos
desvendam sem pressa
doces mistérios Eugénia Tabosa
desvendam sem pressa
doces mistérios Eugénia Tabosa
Olhando nos olhos
que o lago reflete
Narciso se esquece Eugénia Tabosa
que o lago reflete
Narciso se esquece Eugénia Tabosa
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Pequenos poemas
Mar Sonoro
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
A verdadeira arte de viajar
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
Mario Quintana - A verdadeira cor do invisível
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
A verdadeira arte de viajar
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
Mario Quintana - A verdadeira cor do invisível
domingo, 16 de agosto de 2015
Momento
Nenhum sopro de ausência. Só a paixão
suave
de um sol íntimo
no seu ninho verde e alaranjado.
Simplicidade de substância volátil,
desejo no seu silêncio,
luxo indolente, frescura de vértebras solares.
Intimidade perfeita
e que demora numa cândida estância.
Tudo se tornou interno neste espaço interior,
na delícia extrema de um sossego de folhas.
O que era fugaz converteu-se em tempo enamorado
e em tranquila doçura de hábitos.
António Ramos Rosa
suave
de um sol íntimo
no seu ninho verde e alaranjado.
Simplicidade de substância volátil,
desejo no seu silêncio,
luxo indolente, frescura de vértebras solares.
Intimidade perfeita
e que demora numa cândida estância.
Tudo se tornou interno neste espaço interior,
na delícia extrema de um sossego de folhas.
O que era fugaz converteu-se em tempo enamorado
e em tranquila doçura de hábitos.
António Ramos Rosa
sábado, 15 de agosto de 2015
Hacais de Eugénia Tabosa
no inverno, o vento
dança com as folhas
a seu contento.
Mal o dia clareia
a passarada
em coro chilreia.
no aconchego da terra
a semente
vive a espera.
No azul do mar
golfinhos saltam -
parecem brincar
Debruçado no lago
Narciso, surpreso,
se vê amado.
longe noite escura
uma viola
amor murmura.
Na noite escura
um mar de espuma
chama pela lua
dança com as folhas
a seu contento.
Mal o dia clareia
a passarada
em coro chilreia.
no aconchego da terra
a semente
vive a espera.
No azul do mar
golfinhos saltam -
parecem brincar
Debruçado no lago
Narciso, surpreso,
se vê amado.
longe noite escura
uma viola
amor murmura.
Na noite escura
um mar de espuma
chama pela lua
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