![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXm6RBoi0j7pI76FN7q5jRunC_nmJyBDjyCchvpsiIskwQQ-Wh9wky5d1Xvm9DIJENkZt1oXYeB3iSTHUJ2nrCDaEYMKs9h21nAxi-n7-NSaHBakV97i-el8omgUcmcyk8jjbliCDCLj6K/s320/images.jpg)
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre