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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Poemas de Maria João Cantinho

               "Na vertigem da unidade"

"Dai-me o exacto exercício das palavras
flores de carne, sangradas
até à minúcia. Rigorosas.
Mas como dizer a dança
da luz, sobre os teus passos,
o riso, a errância dos gestos
sem que as metáforas destruam a exactidão
e a música se enrole nas sílabas,
como dois amantes
esquecendo a dualidade,
entrando na vertigem da unidade?"


"Uma mulher que se deita entre solidão e flores
que se cobre de pássaros e luz
e dorme entre imagens e cegos espelhos."

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