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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Os poetas não morrem!

Sublimes versos escapam das almas dos poetas
Viajando até ao fundo dos céus como balões …
Suspensos ficam no teto brilhando poesias inquietas
Refletindo olhos orvalhados em prados de emoções

Na curvatura do tempo, estrelas são colhidas
Do pomar da imaginação expostas em montras…
Pulsa nas veias o destilado veneno às escondidas
Vício de uma feroz fé, rotuladas pessoas tontas

Abrem-se pares de valas nas lendas do destino
Mil léguas de escrita, rabiscos de palavras sãs…
São como pequenos dias em noites de desalinho
Enchendo-nos de sonhos despertados pelas manhãs

Memorias douradas em parapeitos de alegrias
Diluem-se como aquarelas, na orbita das luas…
Entre o Norte e o Sul atingem as suas fantasias
Desde o Oeste para Este voar com simples asas nuas

Passeiam livres nos pendores errados do rio
E golpeiam os corações em ritmo descompassado…
Com punhais enterram pequenas feridas a frio
Sonhos fagueiros de amores perdidos do passado

Moldam-se como o barro em poemas de fulgor
E atracam seus barcos nas caudas das baleias…
Destroçam-se boiando pelas solidões do amor
Deixam-se levar pelas correntes das marés cheias

Caminham ao som do acordar dos pássaros
E abanam árvores para que caiam ninhos de prazer…
Escrevem á luz das estrelas nas pontas dos penhascos
Pisando escorpiões em desertos do enlouquecer

As gotas da saudade batem com as mãos na vidraça
Das janelas iluminadas dos pensamentos…
Implorando a se abrigarem nas muralhas da graça
Aninham-se nas frechas desnudadas dos sentimentos

Que se despejem os oceanos e se varram as florestas
E que se apague o sol sem a lua nascer com o seu luar…
Porque os poetas não morrem! Vivem nas frases certas
E simplesmente adormecem no seu pensar…
.
Dedicado a todos
Os poetas e poetisas
Deste mundo,
Os que já adormeceram,
E aos outros
Que ainda nem sono têm...
.
Bem hajam!
.
-MANZAS-