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sábado, 1 de setembro de 2012

TROVAS XXXIV


Mudam-se tempos e vontades
Só poder parar é que não!
Rompem na noite as saudades
- Folhas caídas p'lo chão.

O cabelo vai branquejando
- Olheiras e rugas na testa
- A hora que está passando?
- É o tempo que me resta...

Este tempo que tudo altera
Esmorece a alma, e a mim?
- Quem me dera a Primavera!
- Sem ter princípio nem fim.

Mas na roda da Vida ando
-Meia volta, volta e meia,
A minha vida ao fim chegando
-Trago-a presa numa teia.

Tudo me vem à lembrança...
- Sempre perto desta hora!
Vislumbres, já sem esperança
Vou recordando o de outrora.

São minhas rimas um canto
Mudo! Saudades assim o são!
- Elas querendo dizer tanto
Da minha humana condição.

Mas não me dou por vencida
Que o meu querer é bem forte
Enfrento sem temor a Vida
Sigo minha estrela do Norte.

Quando dos olhos água brotar
Da mágoa farei meu farol...
Se a tempestade se avizinhar?
Deste canto despontará o Sol.

girassol