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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sabor da Saudade...

Como definir o sabor da saudade?...

Um misto de alegria... tristeza... melancolia,

Lembranças de um passado que o tempo absorveu...

Róseas sombras de emoções, envoltas em nostalgia,

Que quem sentiu de verdade... nunca, jamais, esqueceu...

É tudo aquilo que fica daquilo que não ficou,

Um gosto contraditório de infindas evocações,

O amargo-doce fruto que lentamente brotou,

Da árvore de nossa vida, no jardim das ilusões.

Evocar entes queridos ou uma meiga amizade,

Leves brisas de amores, sua presença e perfume,

E também casos intensos – tudo acaba em saudade –,

Até o tempero pesado de uma cena de ciúme.

Do inferno ao paraíso, na saudade, a gente vaga,

Viagem indefinível, sabor de recordações,

Em brasas adormecidas que o destino não apaga,

E que agitam, por vezes, cinzas de antigas paixões...

Se arrepios pelo corpo ou delírios pela alma,

É o que a saudade nos causa – seja ou não definida –,

Uma certeza nos fica e a ansiedade acalma:

Saudade a gente sente das boas coisas da vida...

Oriza Martins

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