![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigVscrdfRjnnYEOcvUHGBiceHF-aVEfAoqWj_o5TuoSlV0nrBJlGTKQ2drOuKEeJAZ9R_A3i8O7ZTo6xhh9qW9t8ig3GDF1FMNuyjvd00gOXBQOExkaiQO3QLgQVm0U5c6FM5yzaDgP65s/s320/images.jpg)
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
(Pablo Neruda)