Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez nem lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de um certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luis Borges
O Blogger Miscelânea de emoções contém: mensagens diversas. Um blog que reúne mensagens, pensamentos e poesias sobre sentimentos e emoções, escritas e descritas . Veja frases de amor, gratidão, felicidade, amizade, … pensamentos e poesias, que deixo aqui para as pessoas que amam a poesia.
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sexta-feira, 24 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
As Evidências
Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.
Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,
um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,
tão quase é coisa ou sucessão que passa…
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.
Jorge Luis Borges
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.
Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,
um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,
tão quase é coisa ou sucessão que passa…
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.
Jorge Luis Borges
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Pensamentos
"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo." Caio Fernando Abreu
"A mim este sol, estes prados, estas flores contentam-me."
(Heterônimo de Fernando Pessoa) Alberto Caeiro
"A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida."
Miguel Esteves Cardosoterça-feira, 21 de julho de 2015
Pequenos poemas
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
O que brilha no vazio
dura sob o olhar divino,
Gárgulas de luz,
derramando a voz
do rio.
dura sob o olhar divino,
Gárgulas de luz,
derramando a voz
do rio.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Amiga...Amigo...
Amiga...Amigo...
Ela ou ele, sem identidade,
O importante é a sinceridade,
Você comigo, eu contigo.
Ela ou ele, sem identidade,
O importante é a sinceridade,
Você comigo, eu contigo.
Amiga...amigo...
Quando some dá saudade,
Quando aparece é felicidade,
É alegria e palavras de afago.
Amiga...amigo...
É compreensão e afinidade,
Não importa a cor ou a idade,
No coração sempre há abrigo.
Amiga...amigo...
Sentimento de verdade,
Laços fortes de amizade,
Que unem você comigo.
Sibylla Ignês Steuernagel
Quando some dá saudade,
Quando aparece é felicidade,
É alegria e palavras de afago.
Amiga...amigo...
É compreensão e afinidade,
Não importa a cor ou a idade,
No coração sempre há abrigo.
Amiga...amigo...
Sentimento de verdade,
Laços fortes de amizade,
Que unem você comigo.
Sibylla Ignês Steuernagel
domingo, 19 de julho de 2015
Pensamentos de Mario Quintana
Alma
A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.
Dupla delícia
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.
Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...não a gente a ele!
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.
A amizade é um amor que nunca morre.
O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.
sábado, 18 de julho de 2015
Poema do amor impossível
Gosto do silêncio em que vivemos
quando nos encontramos
os longos olhares panorâmicos
os corpos que parecem apenas um
os lábios que falam calando as palavras
gosto desse silêncio
que é como um manto
como o ar em que as aves voam
como um vazio em que tudo é possível
é assim o nosso silêncio
que diz tanto de nós dois.
Luís Ene
quando nos encontramos
os longos olhares panorâmicos
os corpos que parecem apenas um
os lábios que falam calando as palavras
gosto desse silêncio
que é como um manto
como o ar em que as aves voam
como um vazio em que tudo é possível
é assim o nosso silêncio
que diz tanto de nós dois.
Luís Ene
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Soneto
Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Pensamentos
Seja forte, siga em frente, respire fundo, e perceba a importância de se
ter braços vazios, pra que se possa ter espaço em si para abraçar o
mundo. Marla de Queiroz
Se não pudermos ser bons o tempo todo, sejamos ao menos bem intencionados… Marla de Queiroz
Celebro o amor e elejo um pensamento bom por dia. Percebo a força que palavras doces têm. E sei que o que recebo é sempre um eco. Marla de Queiroz
Se não pudermos ser bons o tempo todo, sejamos ao menos bem intencionados… Marla de Queiroz
Celebro o amor e elejo um pensamento bom por dia. Percebo a força que palavras doces têm. E sei que o que recebo é sempre um eco. Marla de Queiroz
Se os líderes lessem poesia, seriam mais sábios. Octavio Paz
Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só...
Caio Fernando Abreu
Tenho achado viver tão bonito. Caio Fernando Abreu
E a vida existe e também é bonita. E se renova. Tem lados de luz.
Caio Fernando Abreu
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Pequenos poemas de Octávio Paz
DESTINO DO POETA
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro era mundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
Certeza
Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?
Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro era mundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
Certeza
Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?
Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.
terça-feira, 14 de julho de 2015
Poema de Paulo Leminski
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