Fui querer ser manhã,
nascer com o sol,
viver o dia.
Esquecer a tristeza,
encontrar meu ideal.
Sentir toda emoção,
abandonar de soslaio a razão,
rompendo as grades imaginárias
de alguma metáfora de prisão.
Solidão não tem lugar.
Um sonho nunca quer ser só.
A criança é que gera o adulto,
e não se deixa morrer a infância.
Raio de sol, um convite para a vida.
Um querer ir, mas não ir só.
Um querer ser, mas não ser só.
Um querer de vida pela vida.
Sol de todas as manhãs,
com suas vestes de nuvens,
ou nu, no encanto de luzes pudicas
a aspergir luzes pela galáxia.
Para assim encontrar a paz
cantada em poema, musicada em rimas.
Na efemeridade de morrer jamais,
pois que vida é para se viver.
Gilberto Brandão Marcon